Martingança | ||||||||||||||||||||
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a estação de Martingança, em 2018 | ||||||||||||||||||||
Identificação: | 63404 MMA (Martingança)[1] | |||||||||||||||||||
Denominação: | Estação de Martingança | |||||||||||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3] | |||||||||||||||||||
Classificação: | E (estação)[1] | |||||||||||||||||||
Linha(s): | Linha do Oeste (PK 144+696) | |||||||||||||||||||
Altitude: | 155 m (a.n.m) | |||||||||||||||||||
Coordenadas: | 39°41′14.01″N × 8°56′45.23″W (=+39.68723;−8.9459) | |||||||||||||||||||
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Município: | ![]() | |||||||||||||||||||
Serviços: | ||||||||||||||||||||
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A Estação Ferroviária de Martingança é uma interface da Linha do Oeste, que serve a localidade de Martingança, no concelho de Alcobaça, em Portugal, e onde entronca na rede ferroviária o Ramal de Maceira-Liz.[4] Também foi o ponto de entroncamento com o Caminho de Ferro Mineiro do Lena, uma rede de via estreita que servia várias explorações mineiras e povoações nos concelhos de Alcobaça e de Porto de Mós,[5] entre 1924[6] e 1945.[carece de fontes]

Descrição
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Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]A estação tem acesso pela Rua dos Caminhos de Ferro, junto à localidade de Martingança.[7]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]Em dados oficiais da Rede Ferroviária Nacional publicados a 6 de Janeiro de 2011, Martingança possuía três vias de circulação, duas com 479 m e uma com 300 m de comprimento, enquanto que as duas plataformas tinham 190 e 182 m de extensão, e 55 cm de altura.[8] Nesta estação insere-se na rede ferroviária o ramal particular Martingança-Maceira (Secil).[1][4]
Serviço
[editar | editar código-fonte]Esta estação é servida por comboios de passageiros regionais e inter-regionais (Linha do Oeste) da CP com destino às estações das Caldas da Rainha, Coimbra-B, Figueira da Foz, Leiria e Santa Apolónia.[9]
História
[editar | editar código-fonte]Abertura ao serviço
[editar | editar código-fonte]Esta interface insere-se no troço entre Torres Vedras e Leiria da Linha do Oeste, que abriu à exploração pública em 1 de Agosto de 1887, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[10]

Século XX
[editar | editar código-fonte]Em 21 de Janeiro de 1924, entrou ao serviço o lanço entre Martingança e Batalha da Linha de Martingança à Mendiga.[11] Esta linha, com uma bitola de 600 mm, seria para transportar o minério de carvão vindo do couto mineiro do Lena.[12] Em 1927, foram estabelecidas as comunicações telefónicas entre as estações de Martingança e Batalha.[13] Esta rede mineira conheceu depois uma grande expansão, sendo expandida até outras explorações, e as vias transformada em bitola métrica.[12] A linha foi concluída com a chegada a Porto de Mós, em 11 de Setembro de 1930.[14] Esta linha servia essencialmente para o transporte de carvão vindo das minas da Bezerra, mas também chegou a transportar passageiros de várias povoações ao longo do seu percurso.[15] Posteriormente, o governo mostrou interesse em integrar as vias mineiras numa rede ferroviária de bitola métrica entre as linhas do Norte e do Oeste, ficando então a linha até Martingança como um dos eixos essenciais dessa rede.[12] No entanto, os planos para a expansão da rede acabaram por ser interrompidos devido aos problemas financeiros da a empresa concessionária do caminho de ferro mineiro, a The Match and Tobacco Timber Supply Co., e às ordens do governo, que em 1933 suspendeu a maior parte dos processos para a construção das linhas que estavam planeadas.[12]
Entre 1931 e 1933, a Junta Autónoma das Estradas ligou a estação às localidades de Maceira e Martingança.[16]
Em 1958, o movimento de mercadorias nesta estação era reduzido, sendo principalmente expedidos criação e caça.[17] Em 1961, as principais expedições, no regime de vagão completo em pequena velocidade, eram cimento, lenha e motano, e cal hidráulica, vinda do Ramal de Maceira-Liz.[17]
Em 1961, a estação de Martingança era utilizada por serviços de passageiros e mercadorias da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, em combinação com a Sociedade Estoril.[18] Em 1958, era das estações com menor movimento de passageiros na zona, com picos de movimento em Julho, Agosto e Setembro.[19]

Século XXI
[editar | editar código-fonte]Em 2021, cem anos depois de inaugurado, o ramal ferroviário de Maceira-Liz deixou de transportar cimento.[4]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b c (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
- ↑ a b c CIPRIANO, Carlos (19 de Fevereiro de 2021). «Cem anos depois de inaugurado, o ramal ferroviário de Maceira-Liz deixou de transportar cimento». Público. Consultado em 19 de Fevereiro de 2021
- ↑ SANTOS, 2006:59
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1234). 16 de Maio de 1939. p. 259-261. Consultado em 6 de Fevereiro de 2018
- ↑ «Martingança - Linha do Oeste». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 22 de Novembro de 2016
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ «Horário Comboios | Lisboa < > Caldas da Rainha/Coimbra» (PDF). CP - Comboios de Portugal. 17 de setembro de 2023. Consultado em 8 de outubro de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 8 de outubro de 2023
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 9 de Junho de 2014
- ↑ MARTINS et al, 1996:255
- ↑ a b c d «Um velho problema: O couto mineiro do Lena» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 50 (1203). 1 de Fevereiro de 1938. p. 63-65. Consultado em 6 de Fevereiro de 2018
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1235). 1 de Junho de 1939. p. 281-284. Consultado em 9 de Junho de 2014
- ↑ MARTINS et al, 1996:258
- ↑ FRAZÃO, 1993:167
- ↑ «Publicações recebidas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1177). 1 de Janeiro de 1937. p. 21. Consultado em 9 de Junho de 2014
- ↑ a b SILVA et al, 1961:205-206
- ↑ SILVA et al, 1961:189
- ↑ SILVA et al, 1961:202
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- FRAZÃO, Serra (1982). Porto de Mós: Breve Monografia. Porto de Mós: Câmara Municipal de Porto de Mós. 238 páginas
- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- SANTOS, José Travaços (Março de 2006). Apontamentos para a História da Batalha. Col: Terraços da Memória. Volume 1 de 2 1.ª ed. Batalha: Câmara Municipal da Batalha. 321 páginas
- SILVA, Carlos; ALARCÃO, Alberto; CARDOSO, António, Óbidos e Peniche (1961). A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros: Estudo económico-agrícola dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 767 páginas